segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Praia Clube

É impossível falar de Uberlândia sem mencionar o Praia Clube e mais ainda o Bairro Patrimônio, onde tudo começou. 
O Praia Clube foi fundado em 10 de julho de 1935 e possui 78 anos em uma área de mais de 300 mil m² em pleno crescimento, sendo considerado não só um dos maiores do pais, mas até no cenário latino americano.
Praia Clube é um clube particular, composto por sócios e acionistas (48 mil associados entre titulares e dependentes) , localizado no bairro Copacabana Zona Sul de Uberlândia, em Minas Gerais.

É importante destacar que para a prefeitura de Uberlândia a região é considerada pertencente ao bairro Patrimônio,ou seja, não existe registros do bairro Copacabana.




"Um rio, um trampolim de madeira e a paixão de um grupo de amigos pela natureza e pelo esporte. Estes foram os ingredientes que se combinaram para que, na década de 1930, pudesse ter início a história do sonho que hoje se transformou em um dos principais clubes sociais do Brasil e da América Latina."

Curiosidades:


Durante muito tempo se propagou uma situação em que Pelé  havia sido barrado na portaria do Praia Clube e sua entrada nunca foi permitida por ele ser negro, porém isso não passa de uma lenda sendo desmentida pelo próprio Edson Arantes do Nascimento.
Perguntado sobre o tema, Pelé foi enfático:
“Então foi outro Pelé, porque eu não estou sabendo disso não. Se eu fui barrado, não foi na porta e não fiquei sabendo”, afirmou.


"O Brasil, num tempo não tão longínquo assim, tinha padrões de comportamento bastante preconceituosos. Um deles que tristemente perdurou até ali pelo final dos anos 50, início da década de 60, era o de não permitir a associação de pessoas negras nos principais clubes sociais das cidades. Uberlândia infelizmente não fugiu à regra e por algumas décadas não permitiu o ingresso de negros no quadro de associados do mais importante clube recreativo da cidade, o Praia. Esse episódio, para ser esquecido na história do clube, acabou sendo responsável também pelo surgimento de boatos que ganharam vida e sobreviveram ao longo dos anos. O mais famoso deles dava conta de que até Pelé, o rei do futebol, havia sido barrado na portaria do Praia. O fato tem sido propagado com tanta ênfase e por tantas pessoas, que no imaginário popular é considerado absolutamente verdadeiro. O porteiro do Praia, Otair Rodrigues Silva, mais conhecido como Pedro, com a autoridade de quem comanda a portaria do Clube há mais de 60 anos, em recente depoimento ao programa “Uberlândia de Ontem e Sempre” afirmou categoricamente que isto jamais aconteceu. Acrescentou que, por um tempo, a norma de não admitir pessoas negras como sócias do Praia realmente prevaleceu, mas que negros eram convidados por sócios e iam ao clube. Portanto, Pelé nunca foi barrado no Praia Clube. Aliás, há uma passagem muito interessante quando ele, acompanhando a
equipe do Cosmos, esteve almoçando por lá. Depois de visitar as instalações do Praia, simpático como sempre foi, fez questão de
elogiar a cozinheira e lhe dar um beijo no rosto. Segundo consta (e pode ser que isto também seja um boato) , ela teria ficado uns três dias sem tomar banho apenas para não tirar o troféu do rosto..."

Fonte: Almanaque Uberlândia de Ontem e Sempre, nro 04 de 02/2013.

Foto de Pelé visitando o Praia Clube:




Abaixo algumas fotos do inicio do clube (1935):





Abaixo algumas fotos atuais do clube:







Autor da postagem: Luiz Fernando Pereira Freitas


domingo, 15 de dezembro de 2013

Escola de Samba Tabajara

Tabajara é uma escola de samba fundada  em 1954 pelos mestres Pato e Lotinho no bairro Patrimônio. Cujas cores são o branco, preto e o azul. E tendo um rosto de um índio Tabajara como símbolo.
O nome foi inspirado na Orquesta Tabajara de Severino Araújo, e em homenagem aos índios Tabajaras, que inspiraram a primeira fantasia de seus componentes foliões.


Congado

Falar do bairro Patrimônio sem mencionar o congado é quase impossível, pois a história dos dois se funde juntamente com a das origens de Uberlândia.O congado é uma tradição que, resumidamente, significa a celebração da fé de um povo sofrido, que trouxe da África, junto com a escravidão, a devoção pela santa protetora na figura de Nossa Senhora do Rosário.


O congado de Uberlândia hoje é patrimônio cultural imaterial do município. É uma tradição que, resumidamente, significa a celebração da fé de um povo sofrido, que trouxe da África, junto com a escravidão, a devoção pela santa protetora na figura de Nossa Senhora do Rosário.

“A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, com sua presença constante e permanente na cidade, em 2016, completa 100 anos de existência oficial. É a entidade talvez mais antiga do município e essa presença não tem como ser desconsiderada do contexto da cidade”, afirma Brasileiro.

Em Uberlândia, oficialmente, a festa de Nossa Senhora do Rosário vem de 1876, segundo Brasileiro. “Nem havia o município e já tínhamos a festa aqui em Uberabinha”, diz, referindo-se a São Pedro de Uberabinha, o primeiro nome de Uberlândia. Em registros da prefeitura, consta que, já em 1874, os negros vinham em carros de boi da região de Olhos D’Água e festejavam no posto da Matinha, depois desciam até a atual praça Tubal Vilela, onde se agrupavam sob uma grande árvore. De lá, seguiam para a capela de pau a pique localizada onde hoje é a praça Doutor Duarte.

Em 1891, o escritor e renomado político do recém-fundado município Arlindo Teixeira propôs a construção da igreja de Nossa Senhora do Rosário na atual praça Rui Barbosa, com a frente voltada para o bairro General Osório. Com donativos dos moradores da cidade, mais uma mensalidade de 1.000 réis para os negros, a igreja foi construída. A inauguração foi em 10 de maio de 1931. A festa do congado é realizada no segundo domingo de novembro.

De 1952 a 1960, integram-se às comemorações os grupos dos bairros Martins e Operário. “Os congadeiros do Patrimônio sempre foram ‘os diferentes da cidade’. Eles eram discriminados até dentro do congado”, diz.

A partir da década de 90, o movimento ganhou visibilidade. “Consequentemente, os jovens passaram a ter orgulho”, ele diz. E assim, de 1998 a 2004, de 12 grupos de congado passaram para 20 – atualmente são 26.
“Hoje, o congado em Uberlândia é um arco-íris cultural. Era a festa dos pretos, mas quando se está dentro se vê um congado de todas as cores. Com a visibilidade maior e a visão mais positiva, hoje o congado tem sido visto com olhos diferentes até mesmo pelos negros. Os jovens estão incentivados a dar continuidade à história e à tradição.”

                              Jeremias Brasileiro ressalta a importância do Congado em Uberlândia


No detalhe, o Congado da Boa Esperança, em registro de 1959

Reportagem fornecida pelo Jornal Correiro de Uberlândia, publicada no dia 16/09/2012 pela repórter Simone Rosini, contando um pouco da origem do congado juntamente com a criação de Uberlândia.

Uberlândia 124 anos: Uma festa na origem da cidade

sábado, 7 de dezembro de 2013

Galeria de Fotos e Imagens

Nesse tópico postaremos fotos de acordo com o desenvolvimento do trabalho: 


        Vista de satélite do bairro Patrimônio (Fonte: Google Maps)  

Nascer do sol bairro Patrimônio , por Nilton Daibert Jr, 2007


Área do bairro Patrimônio

 Avenida dos Municípios, Bairro Patrimônio 

 Avenida dos Municípios, Bairro Patrimônio

Rua Vinte e Nove de Outubro, Bairro Patrimônio 

Reportagens e documentários

Reportagem fornecida pelo Jornal Correiro de Uberlândia, publicada no dia 27/08/2013 pelo repórter Pablo Pacheco, contando um pouco da origem de um dos primeiros bairros de Uberlândia.

Reportagem de Pablo Pacheco

Documentário  fornecido pelo grupo EMCANTAR, idealizado por Marco Aurélio Querubim, que mostra relatos de vários moradores do bairro. Documentário: A Escola em que Moro.

A Escola em que Moro

População e Mapa

Resultado Censo 2010 ( Fonte: IBGE)

Mapa Bairro Patrimônio ( Fonte: Google maps)



História do Bairro

A região onde situa-se o bairro Patrimônio era habitada no final do séc. XIX por negros que migravam para o local depois da abolição (que só ocorreu em 1889, pois só a partir da deste ano as autoridades locais e proprietários de escravos reconheceram este direito aos negros).
Com a abolição, diminuía o número e tamanho das senzalas, enquanto aumentavam as aldeias e colônias de negros, espalhando-se pelas áreas marginalizadas da cidade, entre elas o Patrimônio.
Em 1883, um proprietário de um grande latifúndio (o fazendeiro José Machado Rodrigues) doou 12 alqueires de terra ao Patrimônio de Nossa Senhora da Abadia. Estas terras eram situadas à margem esquerda do ribeirão São Pedro.
A partir 1899, aparecem os primeiros moradores, os negros que encontraram ali um lugar barato para construírem seus casebres, situados próximos às chácaras e fazendas onde vendiam sua força de trabalho.
Em 1894, com a instalação do Matadouro Municipal, muitos trabalhadores instalaram-se próximo a ele, que era seu local de trabalho (hoje, esta área é um centro de tecelagem).
A população do bairro, nas primeiras décadas deste século, foi gradativamente aumentando por moradores negros ou de baixa de renda, que eram afastados das áreas centrais da cidade, ou por marginalização, ou por força da valorização imobiliária.
A partir de 1922, com a instalação da Charqueada Omega, a migração por parte de outros moradores do município foi bastante estimulada. Esta Charqueada, possibilitava moradia gratuita em suas colônias internas.
Em 1938 haviam apenas 3 ruas no bairro: Rua do Cruzeiro, Rua do Pasto e Rua do Matadouro, constituindo 320 moradores. 
O bairro Patrimônio era considerado afastado, pois havia perto dele uma várzea pantanosa, separando-o do centro urbano. Nesta época os moradores utilizavam uma ponte improvisada.
Em 1941 a prefeitura reformou o Matadouro Municipal, dando-lhe melhores condições de higiene e trabalho, além de novos equipamentos. Neste ano também aconteceram alguns melhoramentos nas questões urbanas e sociais, inclusive a chegada da energia elétrica (em função da instalação do Matadouro Modelo). Em 1943, grandes investimentos garantem ampliação e expansão da Charqueada Omega.
A população do Patrimônio aumentou mais ainda em decorrência da quantidade de pobres e negros excluídos do bairro Fundinho (por pressão da classe média), que migraram para o Patrimônio.
Em 1950 a Charqueada incentivou a migração de profissionais experientes na área de atividade abatedouras.
No final da década de 70 e início da década de 80, o ribeirão São Pedro foi canalizado e, em seu ligar, foi construída a avenida Rondon Pacheco. Onde situavam-se as antigas chácaras, começaram a aparecer bairros ocupando estes locais até então rurais.
Desde meados das décadas de 40 e 50, o bairro vem sofrendo constantes mudanças de caráter social e cultural. A especulação imobiliária acarreta a maior parte das mudanças, contribuindo para o aumento das desigualdades sociais.

Objetivo e Problematização

O objetivo principal deste blog é mostrar um pouco sobre a historia, cultura e outro fatores sobre o Bairro Patrimônio localizado na cidade de Uberlândia-MG, para os estudantes da Universidade Federal de Uberlândia e demais leitores que se interessarem pelo assunto.
Nesse trabalho buscaremos qualquer tipo de informação que diz respeito a cultura e os povos do Bairro Patrimônio que serão atualizadas frequentemente . Utilizaremos pesquisas documentais e visitaremos o bairro com intuito de fazer uma leve entrevista com alguns moradores da região.

Blog criado por alunos da Universidade Federal de Uberlândia:
  • Gabriel Alves Ribeiro
  • Janaina Marques 
  • Joice Mendes 
  • Luiz Fernando Pereira Freitas
  • Victor Ferreira dos Santos
  • Paula von Gossler